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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Na Loja do Seu Juca!

13:25 0 Comments
"Estive pensando em fazer uma atividade legal sobre formatação de texto...
Queria preparar alguma coisa "divertida" de aprender!
Então, de repente, comecei elaborar esta atividade! No final tudo ficou legal!"




Continuação: na "Loja do Seu Juca"
(observe que eu fiz um link para as crianças consultarem os preços!)



(observe o link para voltar a planilha)


Fórmulas da última coluna para as falas corretas: =SE(F30="C";"10,00";"0")
Para as falas incorretas: =SE(F35="I";"10,00";"0")
(aqui já está respondido)

Resultados (QUARTA 1)
- Os alunos fizeram a atividade com facilidade. Terminaram a atividade rapidamente com no máximo 2 dúvidas.
- Para quem teve dúvidas eu retirei uma folha do mural que continha a barra de ferramentas de formatação e as explicações. Na verdade era para eles terem essa folha colada no caderno porque eu distribuí há tempo, mas como alguns “esqueceram em casa”, preferi retirar a folha do mural e “emprestar” do que ficar até o final da aula cobrando-os porque estavam sem a folha que eu dei pra colar no caderno!
- Como terminaram rápido esta tarefa eu já apliquei outra atividade que estava preparada para a próxima aula: continuação da atividade da “Loja do Seu Juca”, mas agora no Excel.
- Os alunos tiveram um ótimo desempenho e se divertiram.

Resultados (QUARTA 2)

- Os alunos apresentaram bastante facilidade para desempenhar a atividade. Não tiveram dúvidas para formatar as palavras;
- Terminaram a primeira atividade em 18 minutos, então apliquei a segunda atividade sobre a “Loja do Seu Juca”.
- Eles tiveram facilidade em fazer a atividade. Relembraram conteúdos sobre o Excel de quando apliquei uma aula sobre Higiene e eles tiveram de fazer um orçamento.
- Como terminaram muito rápido a 2ª atividade, criei uma atividade extra:
Fiz como uma planilha na lousa e inseri PRODUTO na coluna A; QTD na coluna B; VALOR na coluna C; TOTAL na coluna D. Então pedi quem gostaria de ser a “cobaia”. Todos queriam ser cobaias! Então uma aluna sugeriu “Ah! Professora! Então deixa cada um fazer a sua planilha!”. Eu aceitei que cada um fizesse sua planilha.

Considero que uma das capacidades mais importantes em um instrutor é a de ser flexível – que não significa deixar os alunos fazerem tudo o que querem, mas sim, aceitar opiniões, sugestões, entrar um pouco no mundo dos alunos. Eles ficaram felizes por poderem ser autônomos.

Eu disse que quando terminassem a atividade eu diria o salário de cada um. Então pensei de fazer um “sorteio de salários”. De repente um menino falou “professora! Já sei! Coloca os salários em papeizinhos, daí cada aluno pega um!”

Aceitei a proposta! Inclusive porque já estava pensando em distribuir os salários desta forma. Pedi aos alunos que sugerissem funções, no que eles sugeriram: EXECUTIVO; GERENTE; SECRETÁRIO; ZELADOR; LIMPADOR DE PISCINA; SEGURANÇA. Escrevi as funções em papeizinhos, colocando os salários de cada um.

Quando os alunos terminaram suas planilhas eu pedi para que eles fechassem os olhos e fossem pegando um papelzinho dentre vários que estavam em minha mão. Cada aluno pegou um papelzinho. Foi uma “festa”! Eles se divertiram com suas funções e salários!

Relembrei-os como fazer subtração no Excel para que eles pudessem ver quanto sobrou dos pagamentos.

- No final da aula perguntei o que “acharam” da atividade. Eles responderam:

o “engraçada”

o “foi divertido”

o “foi interessante”

o “educativa”

o “legal”

- Quando perguntei o que aprenderam com a atividade eles responderam:

o “Uma loja tem que ser vem organizada para os clientes gostarem”

o “Tem que ser barato”

o “Sobre a barra de ferramentas”

o “Tratar bem os clientes”

o “Foi mais legal a parte que eu pude fazer minhas compras”

o “Fazer4 contas no Excel”

o “O Excel faz cálculos e a gente não precisa pensar”


Resultados (QUARTA 4)


- Pedi um feedback sobre a aula e eles responderam:

o “Foi legal”

o “Muito legal”

o “Muito bom”

o “Aprendi sublinhar, centralizar, colocar itálico, mudar a cor da fonte”

o “Aprendemos mexer nos móveis”

o “Aprendemos fazer contas no Excel”

o “Aprendemos trabalhar com os móveis”

- Foi um clima divertido. As crianças ficavam entusiasmadas fazendo a última parte da 2ª atividade “Prof! To ficando trilhionária! To acertando!”

- Percebo que nessas aulas em que as crianças aprendem brincando o professor ganha bastante porque as crianças aprendem além do que o mesmo tem como objetivo. Quando preparei essas atividades não pensei em ensinar “organização”, mas como a organização está presente em todas as nossas atividades, foi uma das coisas que as crianças comentavam durante as atividades e também que apareceu sutilmente no final da aula quando disseram ter aprendido “trabalhar com os móveis”, “aprendemos mexer nos móveis”.

- O trabalho sempre esteve presente na vida do homem como uma estratégia de sobrevivência, e isso é bem explícito nos comentários que as crianças fazem sobre as atividades. Uma atividade que seria apenas para revisar formatação de texto acaba tendo uma outra conotação para a criança: o trabalho e organização.

Dia das Crianças - 12 de outubro!

08:12 0 Comments
Saiba como surgiu o Dia das Crianças


Dia das Crianças no Brasil

A criação do Dia das Crianças no Brasil foi sugerido pelo deputado federal Galdino do Valle Filho na década de 1920.

Arthur Bernardes, então presidente do Brasil, aprovou por meio do decreto de nº 4867, no dia 5 de novembro de 1924, a data de 12 de outubro como o dia dos pequenos.

O Dia das Crianças só passou a ser comemorado mesmo em 1960, quando a fábrica de brinquedos Estrela fez uma promoção junto com a empresa Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas.

A idéia das duas empresas deram tão certo que outros comerciantes resolveram adotar a mesma estratégia. E assim, dia 12 de outubro é dia de criança ganhar presente!

Dia das Crianças no Mundo

Muitos países comemoram o Dia das Crianças em outros dias do ano. Na Índia, é em 15 de novembro. Em Portugal e Moçambique, a comemoração acontece no dia 1º de junho. Na China e no Japão, a comemoração acontece em 5 de maio.

Dia Universal da Criança

A Organização das Nações Unidas, também conhecida como ONU, comemora o dia de todas as crianças do mundo em 20 de novembro. Foi nessa data que os países aprovaram a Declaração dos Direitos das Crianças.


Fonte: http://www.terra.com.br/criancas/diadascriancas2004/comosurgiu.htm

terça-feira, 28 de setembro de 2010

TDAH

16:02 0 Comments

Déficit de Atenção

Incluído em 01/12/2004

Na realidade o nome atualmente mais correto para esse problema é Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividadee normalmente essas crianças costumam ser descritas mais ou menosassim: Desde pequeno já é inquieto. Em casa, corre daqui para lá o diatodo, sem que nada o detenha, nem sequer o perigo. Tira brinquedos deseu lugar, esparrama todos eles pelo chão e, quase sem usa-los, pegaoutros e outros, sem deter-se em nenhum. Interrompe permanentemente osadultos e as outras crianças, respondendo impulsivamente e de formaexagerada àqueles que o molestam. Seus companheiros de escola o evitam,mesmo assim ele sempre termina chamando-os para pedir-lhes ajuda naslições que não consegue copiar a tempo.
Essa criança sempre perde os objetos, é desordenado, tendo quecobrá-lo o tempo todo, não só para que complete as tarefas, mas tambémporque, distraído, se esquece de que é hora de almoçar, de jantar ou debanhar-se.
Quando começa fazer alguma coisa, se esquece de terminar, para nametade. Quando vai a algum lugar para no caminho, se detém para falarcom alguém, para entreter-se numa brincadeira, com algum animal oupassarinho que passa voando.
Tal criança pode ser portadora de Transtorno de Déficit de Atençãopor Hiperatividade (TDAH). Trata-se de um dos transtornos mentais maisfreqüentes nas crianças em idade escolar, atingindo 3 a 5% delas.
Apesar disto, o TDAH continua sendo um dos transtornos menosconhecidos por profissionais da área da educação e mesmo entre osprofissionais de saúde. Há ainda muita desinformação sobre esseproblema.
O desconhecimento desse quadro freqüentemente acaba levando à demorano diagnóstico e no tratamento dos portadores do TDAH, os quais acabamsofrendo por vários anos sem saber que a sua situação pode ser(facilmente) tratada.
Histórico
Como o conceito da hiperatividade normalmente se baseia,paralelamente, tanto no modelo médico, quanto no modelo dos distúrbiosde aprendizagem, a história da evolução desse conceito também não éúnica.
Há referências que, já em 1895, um oftalmologista de Glasgowencontrou semelhanças entre adultos que tinham perdido a capacidade deleitura após acidentes vasculares cerebrais, tumores ou traumatismos decrânio, e algumas crianças inteligentes com dificuldades para leitura eaprendizagem. Esse oftalmologista, Hinshelwood, designou tais criançascom o nome de "cegueira verbal congênita", recomendando esforçosdidáticos cuidadosos e pacientes em relação à aprendizagem da leitura(tese de Doutorado de Vera Pessoa).
Mais recentemente, Still e Tredgold recebem o crédito das primeirasdescrições modernas do que hoje é conhecido como Transtorno de Déficitde Atenção e Hiperatividade (Barkley, 1990). Eles realçaramcaracterísticas relevantes do transtorno do déficit da atenção comhiperatividade e formularam uma hipótese de etiologia neurológica. Namesma era, outros médicos estavam ligando a patologia a lesõescerebrais.
Na década de 30, Strauss e colaboradores (Strauss e Lehtinen, 1947)descreveram hiperatividade, distratibilidade, labilidade emocional eperseveração num grupo de sobreviventes de encefalite letárgica. Osautores propuseram técnicas educacionais especiais para crianças comesses problemas, fornecendo a base para a maioria dos programas deeducação especial ainda existentes.
A idéia para comportamentos alterados nessas crianças sugeria, aindasegundo Strauss, evidências de alguma lesão cerebral, mesmo quando nãohouvesse lesão conhecida (Strauss e Kephart, 1955). Nascia aí oconceito da Lesão Cerebral Mínima, que persistiu até a década de 1960,sendo seguido pelo conceito de Disfunção Cerebral Mínima. 
Em 1959, Denhoff propôs a síndrome deveria ser uma espécie dedisfunção cerebral, uma vez que não era comprovada evidência de lesãocerebral na maioria das crianças. Ele considerava o comprometimentoneuromotor o denominador comum da síndrome, descrevendo um distúrbiohipercinético do impulso caracterizado pela agitação, hiperatividade,diminuição progressiva da atenção, concentração escassa, distração,irritabilidade e explosividade deveriam ser considerados comocomponentes comportamentais (Knobel, 1959, Levy, 1997).
Finalmente, o foco sobre TDAH desviou-se para os sintomas, e nãopara a etiologia ou para o mecanismo. A síndrome da criança hiperativafoi incluída no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders(DSM-III-R) como a reação hipercinética da infância e os sintomascentrais de falta de atenção, hiperatividade e impulsividade não foramconsideradas três variáveis independentes e se fundiram numa síndromeúnica, que tinha como sintomas a falta de atenção e ahiperatividade-impulsividade.
O DSM-IV reflete a combinação dos sintomas de hiperatividade comimpulsividade, mais a independência da falta de atenção (os 3 nãoprecisam estar obrigatoriamente juntos). Conseqüentemente, evoluíramtrês síndromes maiores: 1. - falta de atenção ehiperatividade-impulsividade; 2. - apenas falta de atenção; e 3. -hiperatividade-impulsividade apenas. 
Os conhecimentos sobre o transtorno do déficit da atenção comhiperatividade ainda estão em evolução e, freqüentemente esta síndromeainda é debatida (Denckla, 1976, 1996; Golden, 1991). Também sãolevantadas outras preocupações, como por exemplo sobre os limites dessasíndrome, se não estaria sendo medicado o comportamento normal dacriança, sobre o aumento do diagnóstico e a inconsistência dos esquemasfarmacológicos em pré-escolares (Carey, 2000).
No final da década de 90 os escandinavos desenvolveram uma visãomais ampla do transtorno e combinam o TDAH com outro quadro de Déficitsde Atenção, do controle Motor e da Percepção (Deficits in Attention,Motor control and Perception), representado pela sigla DAMP. (Landgren,1996).
Em 2000,uma conferência de consenso do National Institute of Health concluiu que:
  • Embora não haja exame independente para o Transtorno de Déficit deAtenção e Hiperatividade, existem evidências que apóiam a validação dotranstorno.
  • Estudos têm verificado a eficácia dos estimulantes e avaliaçõespsicossociais e têm indicado que aqueles são mais eficazes que estes notratamento dos sintomas centrais.
  • Há uma necessidade de estudos mais prolongados com fármacos emodalidades comportamentais, bem como sobre os resultados de suascombinações.
  • Dada a ampla variação no tratamento, não se alcançou consensoquanto ao fato de como os pacientes com este transtorno devem sertratados.
  • A falta de cobertura por seguro-saúde e a falta de integração comserviços educacionais são barreiras substanciais para a oferta deatendimento.
  • Os conhecimentos sobre a causa ou causas do transtorno do déficitda atenção com a hiperatividade continuam amplamente especulativos.
  • Não há estratégias documentadas para a prevenção do transtorno(Declaração da Conferência de Desenvolvimento de Consenso do NationalInstitutes of Health 2000).
O TDAH é agora um conceito diagnóstico universalmente aceito queengloba o antigo conceito de Disfunção Cerebral Mínima, que era umtermo empregado dos anos 50 aos anos 80. Segundo Gillberg (2003), oTDAH é a mais prevalente entre todos os transtornos neuropsíquicos e dedesenvolvimento neurológico da criança. Esse pesquisador refere umataxa relativamente estável de 3-6% de todas as crianças da Suécia ,Dinamarca, EUA, Austrália, Espanha, e Brasil, para mencionar somentealguns dos países em que os estudos epidemiológicos foram realizados.
A prevalência do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade(TDAH) e da condição sobreposta do Déficit de Atenção, do ControleMotor e da Percepção (DAMP), entre crianças escolares é deaproximadamente 5%, sendo 1,5% de casos mais severos (Modigh, 1998).Geralmente os meninos são afetados mais do que meninas, embora sesuspeite que as meninas sejam, provavelmente, subdiagnosticadas.
 DAMP e TDAH
O conceito da DAMP (Déficits da Atenção, do Controle Motor e daPercepção) esteve em uso na Escandinávia desde anos 1970. A DAMP édiagnosticada com base na alteração concomitante da atenção,hiperatividade e desenvolvimento da coordenação motora nas crianças quenão têm uma severa inabilidade de aprendizagem. Enfim, o conceito visadelimitar uma combinação de diversas disfunções no campo da atenção, docontrole motor, da atividade, do impulso, da aprendizagem, do discursoe das dificuldades da língua.
Assim sendo, quando se fala em DAMP, na realidade está se falando deuma combinação de déficits nas crianças, excluindo o retardo mental,podendo estar ou não sobreposto ao TDAH, com sintomatologia maisabrangente que o TDAH, sem necessariamente hiperatividade e descritopelos escandinavos antes da descrição do TDAH pelo DSM.III-R.
De forma geral, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade(TDAH) e o Déficits da Atenção, do Controle Motor e da Percepção (DAMP)são uma combinação de sintomas comuns na infância, sendo que cada umadessas alterações acomete, aproximadamente, uma criança em cada 20,  nafaixa etária dos 6 anos.
Segundo Gillberg (2003), definido nesta maneira, a DAMP constitui umsubgrupo da categoria diagnóstica de TDAH (seria um TDAH com fortecomponente de problemas de coordenação motora), conceitualmente similarmas não idêntico ao conceito do transtorno hipercinético. Em nossaopinião, não errará quem tomar o DAMP e o TDAH como sinônimos, apesardo acrônimo conceito de DAMP ter conotação negativa em países de línguainglesa. Não obstante, a construção do conceito de DAMP foi anterior àidéia de TDAH e foi bastante útil para identificar um grupo de criançascom o atual diagnóstico de TDAH.
 ALGUMAS HIPÓTESES
Landgren e colaboradores fizeram um estudo foi realizado com 113crianças de 6 anos, sendo 62 delas diagnosticadas com Déficit deAtenção, do Controle Motor e da Percepção (DAMP) e 51 controles semDAMP/TDAH. Os fatores familiares, os fatores de risco durante agravidez (inclusive fumar), os fatores de desenvolvimento (que incluemo desenvolvimento da linguagem), as condições clínicas e elementospsicossociais foram avaliados quanto a participação no desenvolvimentoda DAMP/TDAH. Os resultados mostraram que as crianças vindas de classessocioeconômicas mais baixas são mais comuns no grupo com DAMP/TDAH.
A exposição a fatores de risco neurogênico intra-útero foi tambémmais comuns nas crianças com DAMP/TDAH, sendo o hábito de fumar durantea gravidez considerado um fator de risco importante. Em relação aosproblemas clínicos, os problemas do sono e transtornos gastrintestinaise a otite foram significativamente mais comuns no grupo DAMP/TDAH.
Concluíram também que os fatores de risco, familiares e neurogênicospré-natais, contribuem para o desenvolvimento da DAMP/TDAH. A prevençãodesses riscos, na atenção primária à saúde, e a detecção precoce doproblema são essenciais para a evolução dessas crianças.
Landgren e Gillberg (1998) destacaram ainda em suas pesquisas, trêsfortes possibilidades: (a) os fatores hereditários são elementosimportantes na ocorrência de DAMP/TDAH; (b) os fatores de riscoprejudiciais do cérebro, incluindo fumar na gravidez e no baixo peso donascimento, contribuem fortemente ao desenvolvimento da DAMP/TDAH; e(c) os problemas de no desenvolvimento da linguagem em criançaspré-escolares predizem um diagnóstico da DAMP/TDAH na idade de 6 anos.
PERSPECTIVAS NO DESENVOLVIMENTO PARA PACIENTES COM DAMP/TDHA
 Os sintomas de DAMP/TDAH continuam a incapacitar em 20 anos deidade em 50 por cento dos casos, e o desajustamento social é comum. Ametade dos meninos desenvolve o Transtorno de Desafio e Oposição, muitofreqüentemente progredindo para Transtorno de Conduta e o TranstornoAnti-social da Personalidade (Modigh, 1998). Os estudos prospectivos depacientes com DAMP/TDAH mostraram que essas crianças têm, quandoadultas, um elevado nível de abuso do álcool e/ou da droga,particularmente no subgrupo que evolui para Transtorno de Conduta e oTranstorno Anti-social da Personalidade.
Da mesma forma, os estudos sobre abuso de álcool e/ou drogamostraram um nível elevado de antecedentes de DAMP/TDAH.Aproximadamente um em cinco adictos teve DAMP/TDAH (Modigh, 1998).
Segundo Hellgren e cols., (1994), os transtornos psiquiátricos maiscomuns em pessoas portadoras de DAMP foram os afetivos. Os Transtornosda Personalidade também foram mais freqüentes no grupo DAMP segundoestudo de 66 crianças com Déficits da Atenção, do Controle Motor e daPercepção (DAMP) acompanhadas até a idade de 16 anos, em comparação comas 45 crianças sem DAMP.
Sintomas
Na realidade, determinar qual o nível de atividade normal de umacriança é um assunto polêmico. A maioria dos pais tem uma certaexpectativa em relação ao comportamento de seus filhos e, normalmente,esta expectativa inclui um certo grau agitação, bagunça edesobediência, características que são aceitas como indicativos desaúde e vivacidade infantil.
Porém, algumas vezes podemos estar diante de um quadro deHiperatividade Infantil, que foge da simples questão de comportamento.É um transtorno que vive a desafiar a teimosia dos avós, os quaiscontinuam achando que "crianças são assim mesmo" (eles não vivem24h por dia com essas crianças), ou que os pais delas também eram assimquando crianças, ou que esses pais de hoje em dia não têm paciência.
Excesso de energia? Não. Decididamente não se trata de crianças quetêm energia demais, como dizem alguns psicólogos mal informados. Elastêm uma doença perfeitamente conhecida pela medicina: hiperatividade. AHiperatividade, mais precisamente ao Déficit de Atenção eHiperatividade (TDAH), não é um problema neuropsiquiátrico que dáapenas nos filhos dos outros. O TDAH não tratado pode ser responsávelpor enorme frustração dos pai. Uma das angústias experimentadas poreles é que os pacientes diagnosticados com TDAH são freqüentementerotulados "problemáticos", "desmotivados", "avoados", "malcriados","indisciplinados", "irresponsáveis" ou, até mesmo, "poucointeligentes".
Devido à série de problemas psicológicos, sociais, educacionais eaté mesmo criminais que pode ocorrer como conseqüência do nãotratamento do TDAH, é muito importante que os profissionais da área desaúde mental e educação, além das famílias, estejam pelo menosinformados sobre a existência do TDAH e os seus principais sintomas.
As crianças portadoras de TDAH ultrapassam a festiva barreira dastravessuras engraçadinhas, deixam de ser adoráveis diabinhos e setransformam em um verdadeiro transtorno na vida dos pais, professores etodos que estiverem a sua volta. Elas parecem ignorar as regras deconvívio social e, devido ao incômodo que causam, acabam sendoconsideradas de má índole, caráter ou coisa parecida.
No entanto, é preciso deixar claro que as crianças hiperativasnão são, de forma nenhuma, más. Além disso, elas não se convencemfacilmente e não conseguem se concentrar na argumentação lógica dospais já que essas crianças têm extrema dificuldade em sentar e dialogar.
Por outro lado, ainda é comum encontrar entre leigos, a noção de quea criança hiperativa seja apenas malcriada, ou mal educada pelos pais.Este tipo de acusação freqüentemente resulta em sensação de fracassopelos pais. Por isso, é muito importante que os profissionais estejampreparados para suportar e desfazer este mito.
O site Hiperatividade.Com (fora do ar) perguntou"Qual o profissional que você procura quando suspeita que alguém temTDAH?". As respostas foram as seguintes:
Especialidade .... %
Neurologista....... 34.41
Psicólogo............ 33.33
Psiquiatra .......... 18.28
Pediatra ............ 4.30
Fonoaudiólogo ... 3.23
Professor........... 3.23
Seu médico ....... 3.23
Como e Porque o TDAH
Devido às dificuldades culturais paraesse diagnóstico, principalmente devido ao fato da cultura nãoacreditar que crianças possam ter algum problema emocional, por muitotempo se duvidou que existisse um transtorno com as características doTDAH. Quando a medicina detectou que, de fato, crianças com esse tipode problema pudessem ter um diagnóstico clínico, este conjunto desintomas ganhou o nome de Disfunção Cerebral Mínima.

Quadro Clínico do TDAH
O Transtorno de Déficit de Atenção é caracterizado primariamente por:
1. Dificuldade de atenção e concentração, característica que se pode estar presente desde os primeiros anos de vida do paciente.
2.A criança (ou adulto quando for o caso) tende a se mostrar "desligada",tem dificuldade de se organizar e, muitas vezes, comete erros em suastarefas devido à desatenção. Estas características tendem a ser maisnotadas por pessoas que convivem com o paciente.
3. Constantemente esses pacientes esquecem informações, compromissos, datas, tarefas, etc...
4. Costumam perder ou não se lembrar onde colocaram suas coisas.
5. Têm dificuldades para seguir regras, normas e instruções que lhe são dadas.
6. Tem aversão à tarefas que requerem muita concentração e atenção, como lições de casa e tarefas escolares.
Em cerca de metade dos casos pode ainda apresentarhiperatividade, como movimento incessante de mãos e pés, dificuldade depermanecer sentado ou dentro da sala de aula fala muito, se mexe muitoe tem dificuldade em realizar qualquer tarefa de maneira quieta erecatada.
Em alguns casos, pode acontecer também a impulsividadecaracterizada pela incapacidade de esperar a sua vez, interrompendo oucortando outras pessoas durante uma conversa e também pelo impulso defalar as respostas antes que as perguntas sejam terminadas.
Critérios Diagnósticos para Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade
A. Ou (1) ou (2)
1)seis (ou mais) dos seguintes sintomas de desatenção persistiram porpelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o nívelde desenvolvimento:
Desatenção:
(a) freqüentemente deixa deprestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividadesescolares, de trabalho ou outras
(b) com freqüência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas
(c) com freqüência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra
(d)com freqüência não segue instruções e não termina seus deveresescolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido acomportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções)
(e) com freqüência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades
(f)com freqüência evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas queexijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres decasa)
(g) com freqüência perde coisas necessárias para tarefas ouatividades (por ex., brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ououtros materiais)
(h) é facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa
(i) com freqüência apresenta esquecimento em atividades diárias
(2) seis (ou mais) dos seguintes sintomas dehiperatividade persistiram por pelo menos 6 meses, em graumal-adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento:
Hiperatividade:
(a) freqüentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira
(b) freqüentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado
(c)freqüentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais istoé inapropriado (em adolescentes e adultos, pode estar limitado asensações subjetivas de inquietação)
(d) com freqüência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer
(e) está freqüentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo vapor"
(f) freqüentemente fala em demasia
Impulsividade:
(g) freqüentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas
(h) com freqüência tem dificuldade para aguardar sua vez
(i) freqüentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por ex., intromete-se em conversas ou brincadeiras)
B. Alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade ou desatenção quecausaram prejuízo estavam presentes antes dos 7 anos de idade.
C. Algum prejuízo causado pelos sintomas está presente em dois ou mais contextos (por ex., na escola [ou trabalho] e em casa).
D. Deve haver claras evidências de prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
E.Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um TranstornoInvasivo do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou outro TranstornoPsicótico e não são melhor explicados por outro transtorno mental (porex., Transtorno do Humor, Transtorno de Ansiedade, TranstornoDissociativo ou um Transtorno da Personalidade). 
O diagnóstico de TDAH pode ser difícil, pois os sintomasdemonstrados pelos pacientes podem ocorrer não só devido ao TDAH, comotambém a uma série de problemas neurológicos, psiquiátricos,psicológicos e sociais. Entre estes distúrbios neuropsiquiátricospodemos mencionar a Síndrome de Tourette, Epilepsias, transtornos dehumor ou ansiedade, transtornos de personalidade, retardo mental,ambiente estressante, problemas familiares, etc...
Normalmente o diagnóstico começa pela eliminação outras patologiasou problemas sócio/ambientais, possivelmente causadoras dos sintomas.Além disso, os sintomas devem, obrigatoriamente, trazer algum tipo dedificuldade na realização de tarefas ou devem causar algum tipo deimpedimento para a realização de tarefas.
A idade e a forma do surgimento dos sintomas também são importantes,devendo ser investigados, já que no TDAH, a maioria dos sintomas estápresente na vida da pessoa há muito tempo, normalmente desde ainfância. Portanto, por se tratar de um transtorno de natureza crônicae atrelado à constituição da pessoa, os sintomas de dificuldade deatenção/concentração ou hiperatividade semelhantes ao TDAH mas queapareçam de repente, de uma hora para outra, tem uma grandepossibilidade de NÃO serem TDAH.
Para que se considere um TDAH, os sintomas devem se manifestar emvários ambientes (escola, casa, viagens, etc..). Os sintomas que sóaparecem em um ambiente, como por exemplo, só em casa, só na escola, sóquando sai de casa... etc., devem ser investigados com mais cuidado,para se verificar se não são de origem psicológica.
A criança com TDAH deve aparentar uma inteligência normal. Trabalhosescolares e testes de inteligências tendem a produzir "falsospositivos" para retardo mental em crianças com TDAH, devido àdependência destas atividades na atenção da criança.
Em casos onde há dúvidas sobre o diagnóstico de TDAH, pode serinteressante o uso de alguma experiência com medicamentos, somado aouso de observações comportamentais e testes de inteligência. Neste casoa criança é testada e observada anteriormente, medicada e depois de 6 a8 semanas, ela é novamente observada e testada, verificando se houve ounão mudança nos sintomas. Na maior parte dos casos de TDAH, há umaumento significativo na pontuação do teste de inteligência e umadiminuição dos sintomas observados.


Ballone GJ - Distúrbio de Déficit de Atenção por Hiperatividade - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2005